sábado, 29 de agosto de 2009

Modelando uma bucha (parte 2)

Olá visitante,
Antes de continuarmos com o tutorial de modelagem da bucha, saiba que existem muitas formas de se chegar ao mesmo resultado e que não existe um modo "mais certo" de se fazer um modelo. Claro que certas regras de modelagem devem ser seguidas para que não se corra o risco de perder a peça por uma incompatibilidade nas features, ou seja, seu modelo deu "pau", no bom portugues. O que quero dizer é que se você discutir sobre a melhor forma de se fazer por exemplo, uma bucha, algumas pessoas dirão que sempre fizeram com "sketch" e depois geraram o modelo com um "revolve" e que assim é a melhor forma de fazer. Eu diria que esta pessoa está certa, mas também diria que ela está errada. O foco na modelagem de qualquer componente deve ser a futura edição do modelo e não se a árvore de features está mais enxuta que outra arvore onde não foram utilizados os mesmos critérios de modelagem. Pense sempre assim:
Se uma outra pessoa for utilizar este modelo para gerar um outro componente ele terá dificuldade ou facilidade para identificar onde ele deverá fazer as suas alterações?
O que quero dizer é que durante este tutorial serão apresentadas algumas maneiras de se modelar que com certeza não serão de consenso. E nem devem ser. O que se espera de um software como o NX é que ele se adapte a vários modos de modelagem e não que o usuário se adapte ao software porque este só possui uma forma de modelar. É como eu escrevi no primeiro post:
Um software fácil de usar e aprender provavelmente possuirá limitações.

Voltando a nossa bucha...
Daremos continuidade ao nosso modelo acrescentando features do tipo "groove". Muito fáceis de usar, estas features seguem o padrão diâmetro e comprimento (lembre-se do "cilinder").
Com o cilindro na tela (o da aula anterior), clique em:




Escolha retangular. Nesse momento, a "cue line" indica que você deve selecionar uma placement face. Como se trata de um groove a única opção válida nesse caso é a face cilindrica. Então, selecione-a.
Se tudo correu bem você deve ter a seguinte imagem na tela:
















Insira para groove diameter, 78
Insira para width, 73
clique OK.
Nesse momento você deve ter notado que a feature groove se sobrepos ao cilindro dificultando a seleção das edges (arestas) para o posicionamento. Localize o icone da figura abaixo e escolha a opção "static wireframe".















A cue line está indicando que você selecione a edge do target que é a aresta externa do cilindro. Depois, a cue line pede que você selecione a tool edge que pode ser a aresta interna da feature groove, veja as duas imagens a seguir:




















Feito isso aparece uma pequena janela para inserção de valor para o posicionamento. Defina este valor como zero e clique OK e Cancel.
Seu modelo deve estar parecido com isso:



















Salve seu modelo como algo do tipo: Bucha_tutorial1

Iremos fazer o furo principal no modelo para que possamos efetuar novos grooves, agora na parte interna da nossa bucha.

Selecione o ícone "Hole":




Nesse momento aparece a seguinte janela:





















Muito prático, o comando hole permite que você faça furos lisos (simple hole), furos escalonados (counterbore) e furos escareados (countersink), passantes ou com profundidade determinada.
Use simple hole para este caso:
Diameter, 40
Como faremos um furo passante não há necessidade de determinarmos a profundidade. Basta selecionar ambas as faces, frontal e traseira do cilindro.
Clique apply e você terá a janela de posicionamento. Escolha a penúltima opção que é "point onto point" e "identify solid face". Selecione a face cilindrica de maior diametro da peça. Clique em Cancel para sair do comando hole.
Se tudo correu bem você deve ter esta imagem na tela:


















Efetue vários grooves e holes (com profundidade agora) para ir escalonando a bucha e treinando o que você aprendeu.
Não esqueça de salvar seu modelo.

No próximo post faremos furos que não passam pelo centro da peça com a ajuda de "datums planes" e "datums axis".

Até a próxima e não deixe de responder a pesquisa abaixo, pois ela é que definirá o nível dos próximos tópicos.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Modelando uma bucha

Olá visitante,
Ao invés de mostrar a interface da forma tradicional, optei por iniciar a modelagem de uma peça e durante o trabalho irei comentando cada um dos comandos utilizados. Isso deverá tornar o aprendizado mais dinâmico alêm de fixar melhor os conceitos utilizados.
A peça a ser modelada é esta das figuras abaixo. Trata-se de uma bucha bem típica da industria de máquinas e possui algumas caracteristicas interessantes para o aprendizado.

Antes de começarmos a modelar a peça acima, é interessante perceber a forma como você pode e deve gerenciar suas features no part navigator (ver fig. abaixo). Embora isso seja um pouco complicado no inicio, uma arvore de features bem resolvida ajuda muito no momento da edição do modelo. Uma boa dica é separar em layers os elementos que você utilizar para criar sua peça. Coloque os Datums num layer, as linhas de referencia em outro e assim por diante. Na hora de visualizar um elemento basta tornar seu layer visivel. 
Vamos começar nossa bucha com uma primitiva "cilinder".
Escolha "Diameter, Height" e oriente pelo vetor "XC", insira um diâmetro de 125 e um comprimento de 110. Insira o cilindro no zero absoluto. Você deve ter algo assim na tela:

Antes de mais nada...

Olá visitante,
Antes de iniciarmos o primeiro capitulo sobre modelagem no UG/NX, gostaria de fazer alguns esclarecimentos.
Lembre-se sempre que não há software mais dificil ou mais fácil, o que existe na verdade é a limitação do software. Um software bastante simples de aprender e usar provavelmente terá limitações de uso, por outro lado, um programa que parece complexo poderá levar seu nível de modelagem e também de aprendizado a um lugar onde você nem esperava que fosse possível chegar. Posso garantir que no inicio você irá pensar em como era feliz quando trabalhava com seu AutoCad. Não que o AutoCad seja ruim, pelo contrário, é de longe o melhor e mais bem desenvolvido programa para desenhos 2D, porêm, a modelagem em 3D envolve aspectos novos e bastante diferentes da prancheta, quer seja a prancheta tradicional ou a eletrônica, que é o caso dos softwares 2D.
A versão que será utilizada para postagem é a NX4. Não fique preocupado se a versão que você utiliza não é esta pois os desenvolvedores tem a preocupação de não tornar a adaptação muito traumática a novas versões que ocorrem quase sempre de ano em  ano.
O foco deste tutorial será em modelagem de sólidos e não de superfícies, pelo menos não por enquanto, porém, a nova diretriz dos softwares "High End" é que estes critérios se fundam numa mesma ótica, ou seja, você começa modelando uma superfície com curvas nurbs, por exemplo, e assim que a geometria estiver fechada você terá um sólido e não mais uma superfície do tipo "sheet boby". Por que isso? Porque assim que isso acontece temos acesso a tudo que um sólido tem de melhor, como a análise estrutural, cálculos de peso, massa, volume, baricentro, etc...
Outro ponto a ser colocado é que como o UG/NX é modular, trabalharemos apenas com o "modeling" e o "drafting" que é o pacote básico do software.
Na próxima postagem iremos conhecer a interface do NX4 e outras coisinhas mais...
até a próxima.